Shemini Atzeret e Simchat Torah
O Midrash nos conta que, certa vez, um rei fez um grande banquete para todos os seus súditos. Todos vieram e comeram a deliciosa comida oferecida com abundância em numerosas mesas.
As festividades se estenderam dia após dia, com grande alegria, por sete dias.
Então, todos os convidados, saciados e alegres, começaram a sair.
As mesas estavam agora vazias, apesar de ainda haver uma grande quantidade de comida disposta nos lindos pratos reais.
Foi neste momento que o rei disse ao seu amigo próximo, ao seu querido e íntimo companheiro:
- Fique mais um pouco e vamos procurar algo para comermos juntos. Nós sentaremos em uma das mesas, somente você e eu, pois você é meu mais íntimo e querido amigo”.
Os Sábios usam esta imagem para explicar a diferença entre os sete dias de Sucot e a festa que o conclui, Shemini Atzeret, o “oitavo dia”, que também inclui o Regozijo da Lei, Simchat Torah
Shemini Atséret é o oitavo dia de Sucót. É um dia de festa e alegria, à parte de Sucót. Ainda se come na Sucá, porém sem a respectiva brachá (Benção). Na reza de Mussaf, inicia-se uma menção especial às chuvas. Costuma-se fazer Hacafót e dançar com a Torá na noite de Shemini Atséret.
Simchat Torá é a culminação de um mês repleto de experiências revigorantes. Já nos apresentamos com profunda reverência diante do Rei do Universo (Rosh Hashaná); fomos perdoados e purificados por Sua benevolência (Yom Kipur); experimentamos a alegria da união com a Divindade por meio de Seus Belos mandamentos (Sucót). Agora, nos alegramos com Sua Torá.
Pegamos os Rolos Sagrados em nossos braços e dançamos juntos, eruditos e principiantes, igualmente.
É através da alegria e danças de Shemini Atséret e Simchat Torá que preparamos a nossa “bagagem” de alegria para o ano todo!
Durante a festa de Sucot, o serviço do Povo de Isarel era o de pedir bênçãos a D'us para o mundo durante o novo ano.
Estas bênçãos se aplicam a toda a humanidade.
Os Sábios indicam que as setenta oferendas trazidas ao Templo durante Sucot correspondiam às setenta nações-raízes do mundo. A razão para isto é que, através destas oferendas, a bênção Divina é trazida de D'us para o Templo e do Templo para cada nação.
Isto é comparado à atmosfera do “banquete”, no qual todas os súditos do Rei participam com enorme alegria.
E aí, chega o fim de Sucot.
A festa está completa.
Mesmo assim, D'us fala, por assim dizer, “fique um pouco...”.
Este é o sentimento da palavra Atzeret, que significa “sendo mantido”.
Agora, D'us e o Povo estão sós.
O clima muda: da alegria do vasto banquete ao sentimento único de intimidade com D'us.
É nesta atmosfera que nós celebramos a festa mais especial de todas: Simchat Torah, O Regozijo da Lei.
A Unidade Final
Em Simchat Torah, nós completamos o ciclo anual de leituras da Torah.
Nós lemos a última Parashá da Torá na qual Moisés abençoa o Povo de Israel antes de falecer. Na Haftará, a porção dos Profetas, lemos o capítulo inicial do livro de Josué, que corresponde ao início da fase seguinte da história.
Aí, voltamos ao início da Torá e lemos sobre o relato da Criação em Bereshit (Gênese). No próximo Shabat, esta Parashá será lida por completo.
Na vida cabalista, a alegria associada a Simchat Torah é realmente notável.
Todos os Rolos Sagrados da Torá são retirados da Arca e há música e dança na sinagoga, tanto à noite quanto no dia seguinte.
Há uma atmosfera única durante as leituras da Torá e um alegre “Kiddush”.
Por quê tudo isto?
O quê está acontecendo?
Os Sábios nos dizem que “D’us, o Povo e a Torá são Um”.
Através da Torá, nós nos ligamos a D'us.
Através da Torá, nossa identidade espiritual essencial é revelada.
Em Simchat Torah, esta unidade é expressa, com uma alegria que vem da íntima essência de nossos seres.
Então, entramos no Ano Novo, empossados de um sentimento de responsabilidade e propósito, com o objetivo de que um sentimento de proximidade a D'us e alegria espiritual devem se espalhar através de todo o mundo.
Por: Dr. Tali Loewenthal & Postado por Judia Ruiva*
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